O que é o cardo mariano?
O cardo mariano é uma planta mediterrânica cujas folhas grandes e espinhosas são pontuadas por veias brancas, daí o seu nome. Há séculos que é apreciado pelas suas propriedades de apoio ao fígado e ao aparelho digestivo. As suas sementes contêm compostos activos que são objeto de numerosas investigações. Atualmente, encontra-se disponível sob a forma de suplementos alimentares, de tisanas e de extractos normalizados.
De onde vem o cardo mariano?
O cardo mariano cresce principalmente em regiões temperadas de clima seco, como a bacia mediterrânica. Desenvolve-se particularmente bem em solos ricos e bem drenados. As suas folhas de veias brancas e as suas flores roxas permitem-lhe distinguir-se facilmente de outras plantas espinhosas. Tradicionalmente, as suas sementes eram colhidas e utilizadas em decocção ou moídas em pó. Com o tempo, os herboristas aperfeiçoaram os seus métodos para otimizar a extração dos seus princípios activos.
Qual é o princípio ativo do cardo mariano?
O composto mais conhecido do cardo mariano é a silimarina, uma mistura de flavonolignanos. A silimarina actua principalmente protegendo as células do fígado de determinados tipos de lesões. É constituída por várias moléculas, nomeadamente a silibinina, a silicristina e a silidianina, que actuam em sinergia. Esta sinergia está na origem do interesse demonstrado pelo cardo mariano em inúmeras abordagens naturais destinadas a apoiar a atividade hepática e digestiva.
Como actua no organismo?
A silimarina contida no cardo mariano ajuda a estabilizar as membranas celulares do fígado e a limitar os danos causados pelas substâncias tóxicas ou pelos radicais livres. Ao mesmo tempo, favorece a regeneração das células hepáticas, estimulando a síntese proteica. O cardo mariano inscreve-se assim numa abordagem destinada a favorecer a vitalidade do fígado. Além disso, alguns estudos sugerem que possui propriedades antioxidantes, ajudando o organismo a defender-se do stress oxidativo.
Quais são os benefícios potenciais para a saúde?
O cardo mariano é frequentemente destacado pelo seu efeito protetor no fígado, um órgão-chave na gestão e eliminação das toxinas. Ao ajudar a preservar as células hepáticas, pode contribuir para uma melhor digestão das gorduras e para um equilíbrio metabólico mais harmonioso. Há também quem sugira que apoia a vesícula biliar, um órgão importante para a libertação da bílis. Em termos digestivos, o cardo mariano pode também ajudar a aliviar o desconforto ligeiro e o inchaço.
Como é utilizado em naturopatia?
Na medicina naturopática, o cardo mariano é frequentemente recomendado como parte de um programa de apoio ao fígado ou de regulação digestiva. Pode ser combinado com plantas como a alcachofra, o rabanete preto ou o desmodium, conhecidas pela sua ação complementar no fígado e na bílis. Em geral, uma alimentação equilibrada e rica em frutas e legumes, bem como uma boa hidratação, reforçam a eficácia destas curas. O objetivo é favorecer uma sinergia natural para aliviar as tensões do fígado, quer sejam causadas por uma alimentação rica, por um estilo de vida stressante ou por poluentes externos.
Que formas de cardo mariano estão disponíveis no mercado?
O cardo mariano está disponível em várias formas, de acordo com as necessidades e preferências individuais. As cápsulas de extractos normalizados de silimarina são apreciadas pela sua dosagem precisa. As tisanas ou infusões, feitas a partir de sementes inteiras ou trituradas, continuam a ser populares entre os adeptos dos métodos tradicionais. As tinturas-mãe, obtidas por maceração das sementes em álcool, são uma opção concentrada que pode ser tomada rapidamente. Os pós puros são por vezes adicionados aos smoothies ou aos sumos verdes, embora o seu sabor ligeiramente amargo possa surpreender à primeira vista.
Que dosagem devo recomendar?
A dosagem varia consoante a forma e a concentração de silimarina. No caso de um extrato normalizado, recomendamos frequentemente entre 70 e 200 mg de silimarina, uma a três vezes por dia, consoante o motivo da toma e o conselho de um profissional. As tisanas podem ser tomadas em média duas a três vezes por dia, deitando água a ferver sobre uma colher de chá de sementes esmagadas. No entanto, é importante seguir as instruções do fabricante ou de um profissional especializado, uma vez que as dosagens podem variar de pessoa para pessoa.
O cardo mariano pode ser combinado com outros suplementos?
Sim, o cardo mariano combina muito bem com outras plantas ou nutrientes que apoiam o fígado. Por exemplo, combiná-lo com desmodium, chicória ou dente-de-leão pode reforçar a sua ação na digestão e na limpeza do aparelho digestivo. Algumas fórmulas combinam o cardo mariano com vitamina C, antioxidantes ou ómega 3 para ajudar a proteger contra o stress oxidativo. No entanto, é preferível tomar estes suplementos com intervalos para evitar possíveis interações e seguir o conselho de um profissional em caso de dúvida.
Existem efeitos secundários ou contra-indicações?
O cardo mariano é geralmente bem tolerado, mas pode causar ligeiros problemas digestivos, como inchaço ou desconforto gástrico, em certos indivíduos sensíveis. As mulheres grávidas ou a amamentar devem consultar um profissional de saúde antes de o utilizarem, bem como as pessoas sujeitas a tratamentos médicos. De uma forma geral, recomenda-se uma utilização razoável e moderada, tendo o cuidado de consultar um especialista em caso de doença grave ou de toma simultânea de medicamentos.
Apoia realmente o fígado?
O cardo mariano é mais conhecido por apoiar a função hepática. Estudos efectuados sobre a silimarina demonstraram efeitos benéficos na preservação e regeneração das células hepáticas. No entanto, o efeito exato varia de pessoa para pessoa e depende de factores como a gravidade da doença, o estilo de vida e a dieta. Por conseguinte, o cardo mariano deve ser utilizado no âmbito de uma abordagem global, que inclua escolhas alimentares saudáveis, a gestão do stress e a prática regular de exercício físico, a fim de obter resultados duradouros.
Pode ser utilizado em caso de desintoxicação?
Graças às suas propriedades que protegem e apoiam o fígado, o cardo mariano é frequentemente incluído nas curas de desintoxicação. Ajuda o organismo a gerir melhor os resíduos metabólicos e as toxinas externas. Além disso, uma alimentação rica em frutas e legumes, a ingestão de muita água e a prática de técnicas de relaxamento (ioga, meditação) podem aumentar a eficácia do tratamento. No entanto, uma desintoxicação deve ser sempre adaptada às necessidades individuais, tendo em conta o seu estado geral de saúde e quaisquer tratamentos em curso.
Posso cultivar o meu próprio cardo mariano?
O cardo mariano pode ser cultivado num jardim com bastante sol e solo bem drenado. Tolera bastante bem climas secos, mas desconfia do excesso de humidade. Semeado na primavera, a planta desenvolve folhas grandes e espinhosas com manchas brancas. As flores roxas dão lugar a sementes, que são colhidas quando as cabeças das flores começam a ficar castanhas e libertam os seus aquénios. Embora o seu cultivo não seja muito complexo, é necessário deixar bastante espaço, pois a planta pode atingir mais de um metro de altura.
Onde posso comprar cardo mariano de qualidade?
O cardo mariano pode ser encontrado em farmácias, parafarmácias, ervanárias e lojas especializadas em alimentos saudáveis. Os retalhistas online também oferecem uma vasta escolha, mas é importante verificar a origem e a reputação do fabricante. Os rótulos biológicos ou as certificações de qualidade oferecem uma garantia suplementar. No caso dos extractos normalizados, é preferível escolher marcas que indiquem claramente o teor em silimarina, uma garantia de eficácia potencial. O conselho de um profissional de saúde ou as opiniões de outros utilizadores podem ajudá-lo a fazer uma escolha informada.
O cardo mariano é utilizado na cozinha?
Embora seja mais conhecido pela sua utilização medicinal, o cardo mariano pode também ser utilizado em certas receitas, principalmente os rebentos e as folhas sem espinhos. O seu sabor é semelhante ao dos espinafres ou das alcachofras. As sementes torradas, por vezes conhecidas como "café de cardo", foram outrora utilizadas como substituto do café. No entanto, estas utilizações culinárias são menos difundidas e exigem uma certa habilidade para retirar os espinhos sem se ferir.