Existem muitos fatores intrínsecos e extrínsecos que levam ao atraso na cicatrização de feridas. Entre eles encontramos: tabagismo, desnutrição, estresse, idade, má circulação sanguínea, mas também dor.
As feridas são colonizadas naturalmente com metaloproteases de matriz (MMPs), que são eliminadas após a cicatrização. Mas em feridas crônicas há um fenômeno de automanutenção dessas MMPs, que colonizam a ferida e impedem sua cicatrização. Neste caso, deve-se limpar completa e vigorosamente e eliminar essas MMPs.
As condições necessárias para uma rápida cicatrização passam por um bom estado nutricional e fatores sistêmicos (boa vascularização, ausência de germes patogênicos, bom estado geral) Apesar de cuidados locais cuidados, a cicatrização pode não ter sucesso. Vários fatores podem levar à cicatrização tardia. Podem ser intrínsecas, específicas do indivíduo e modificáveis (tabaco, desnutrição, obesidade, etc.), ou extrínsecas e não modificáveis (idade, isquemia, tratamento antineoplásico).
Obesidade Má vascularização do tecido adiposo
Má circulação (V/A) Hipoperfusão
Desnutrição Má síntese de colágeno
Irradiações Estreitamento do lúmen vascular
Imunossupressores Redução da síntese de colágeno
Estresse Cortisol diminui linfócitos
Corticosteróides Epitelização lenta
É necessário acrescentar a dor que envolve uma vasoconstrição distal e assim uma hipoperfusão prejudicial à cicatrização.
Há outro fator menos conhecido que retarda a cicatrização de feridas: as metaloproteinases de matriz (MMPs), que são proteases envolvidas na reconstrução celular. Atuam ativando fatores de crescimento e degradando a proteína: cortam-na em pedaços. Sua presença é normal durante a fase de inflamação.
COMO SÃO PRODUZIDOS?
Por células inflamatórias ativadas.
Por células da ferida.
A quantidade de MMP é considerável em feridas crônicas
SEU PAPEL :
As metaloproteases eliminam a membrana extracelular danificada, exercem uma ação sobre o biofilme (comunidade multicelular mais ou menos complexa, muitas vezes simbiótica de microrganismos), permitem a angiogênese, auxiliam na contração cicatricial (durante a fase de remodelação). Eles, portanto, encontram sua utilidade durante a primeira fase.
QUANDO A CURA ESTÁ COMPLETA
E na ausência de complicações, há produção normal de inibidores de MMP. Mas na ferida crônica, o exsudato abundante e a fibrina (ou necrose) mantêm o fenômeno das MMP, que se proliferam. Eles continuam sua ação de "limpeza", mantendo uma ferida que não pode mais cicatrizar.
Quando estão presentes em quantidade muito grande, as MMPs destroem de forma não seletiva os fatores de crescimento ou receptores da membrana extracelular. A secreção de um inibidor de MMP diminui, deixando-os em campo aberto.As bactérias presentes na ferida também produzem MMPs: é um círculo vicioso que é um fator importante no retardo da cicatrização e cronificação de uma ferida.
O DESEQUILÍBRIO DEVIDO A MMPs
Na cicatrização normal de feridas, há um equilíbrio entre as MMPs e os fatores de crescimento. Quando a ferida se torna crônica, há um aumento da atividade das metaloproteases.
EXEMPLOS:
Ferida em úlceras de perna/diabetes: MMP-1 X 65 (relativo ao normal).
Exsudato de escaras: MMP-9 X 25. Uma diminuição constante dos fatores de crescimento é encontrada em feridas crônicas.
Alguns laboratórios fabricaram e integraram inibidores de MMP (por exemplo, Urgostart®) que ativam a cicatrização.